terça-feira, 7 de agosto de 2012

um biscoito para são vicente.



Quando não há palavras amassam-se as estórias com o coração. Despem-se as mãos do acessório para restar apenas o essencial. Qual será o ingrediente especial?

A farinha é quase sempre a primeira convidada. Depois chegam os ovos e o açúcar.

Nil a dar forma a um biscoito avião
As nove meninas e o menino de limão instalam-se na cozinha em forma de igreja. São Vicente não é mais do que um glutão que apenas pensa num biscoitão. Desta vez, a sua pena é feita de pau e serve para dosear e aconchegar o açúcar que tomba descontraído no alguidar.

Um bom biscoito não precisa de ser muito doce. Doce é o olhar de quem absorve com paixão todos os detalhes, todas as palavrinhas.

Regresso às nove meninas e ao menino de limão que só têm uma missão: um biscoito para São Vicente. Neste momento, o santo enche de murmúrios as paredes da cozinha em forma de igreja.

Como pode a canela vencer o leite condensado? O duelo será mortal até à reconciliação final.

Aos poucos, as meninas que guardavam o sorriso soltam gargalhadas animadas nas tigelas coloridas que teimam em esconder o segredo do melhor biscoito para São Vicente.

A cozinha em forma de igreja é um espaço mágico onde o traço d'ana ilustra o milagre da cumplicidade dos gestos soltos. O menino de limão grita “aleluia, aleluia”! É o sinal. A maçã vaidosa com a estrela no meio vai namorar com o kiwi verdinho e peludo. A estória é de amor.

O amor é sempre o ingrediente secreto das nove meninas e do menino de limão. Pode ser a mãe, o namorado ou a educadora que também é a confidente. Todas são... São Vicente pois cada uma tem o seu Vicente no coração. E o melhor biscoito do mundo nasce assim. Uma e outra vez.

Um obrigado ao Nil, à Ana, à Rita, à Sarah, à Cláudia, à Neide, à Sofia, à Andreia e à Vanessa por fazerem parte de mais um capítulo da(s) estória(s) do Dom Farelo.

jvaz

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