quinta-feira, 17 de maio de 2012

mini chesecakes de limão

feitas com a compota de limão da mariapirulito

sardinhas de tomate seco e alcaparras



lu.

Quando a conheci eramos adolescentes e, como todos, sonhávamos que o mundo ia ser nosso. Ríamos muito de tudo e de nada, fazíamos férias juntas armadas em sereias na costa alentejana e, partilhávamos segredos. O homem ideal seria desta, daquela e da outra maneira e nunca nos cansávamos de o reescrever, redesenhar e reidealizar, à medida que íamos crescendo.

biscoitos para brincar e comer!
A universidade plantou-nos em cidades diferentes mas não quebrou a nossa cumplicidade. Sempre que podíamos, saltávamos para dentro de autocarros e comboios para partilhar as surpresas que a vida nos ia trazendo. De mochila às costas, foi com ela que fiz a minha primeira viagem para fora do país. Senti-me grande, com uma vontade enorme de abraçar o resto do mundo e conhecer cidades que até então não estavam sequer no meu mapa. Falávamos de tudo e de nada, sem perder o sentido de humor nos momentos piores porque nos tínhamos uma à outra.

Por uma parvoíce, perdemos o contacto. E durante muito tempo, as palavras deixaram de existir, assim como os recantos para partilhar. Um dia acordei e senti um vazio enorme, uma angústia que não conseguia explicar. Fiquei na cama a olhar para o telemóvel porque sabia que precisava de a ouvir. Mandei-lhe uma mensagem e esperei. Algum tempo depois, plim, as palavras chegavam. Ela ainda estava do outro lado. E isso deu-me uma felicidade pequenina e ao, mesmo tempo, imensa.

Agora, ela vai ser mãe. E eu mal posso esperar por ver aquela barriguinha redondinha. Quero ver chegar aquele/a balança e contar-lhe as mil coisas que eu e a mãe dele/a fazíamos.

O Santo António está a chegar e, com ele, as sardinhas e as saudades dessa cidade. Por isso, hei-de ir ver-te, abraçar-te e dizer-te que estes biscoitos que fiz hoje foram a pensar em ti.

cf